Boletim de Ocorrência Eletrônico já está em funcionamento
O capitão Moisés Zecheto (Polícia Militar) ressalta rapidez e segurança do mecanismo
- Postado por Ingrid Alves |
- segunda, 16 de julho de 2018 | 17:55 hs
O Boletim de Ocorrência Eletrônico (BOe) começou a ser implantado pela Polícia Militar no Estado de São Paulo no início de março. A praticidade é aplicada nos municípios paulistas por etapas, de acordo com a instrução recebida e a realização de pelo menos dois BOe’s como teste por cada policial militar. Em Matão, a implantação começou em meados de abril, tornando-se ativa desde o dia 15 de junho. Sobre o BOe, A Comarca entrevistou o capitão Moisés Sabino Zecheto, que reassumiu o comando da 4ª Companhia do 13º Batalhão da Polícia Militar do Interior no último dia 18.
O que visa o BOe?
Visa basicamente acompanhar a tecnologia, disponibilizando facilidades ao cidadão, sendo que a principal consiste no acesso ao BOe a partir de qualquer computador, tablet, celular ou outro meio semelhante que tenha internet.
O que é necessário ao cidadão?
Ter somente o Token, um código numérico cedido pelo policial militar após a elaboração do BOe e o envio para um repositório, utilizando o sinal de telefonia celular. Os tablets da PM são terminais móveis de dados afixados logo acima do painel da viatura, na altura do policial que atua como encarregado, sendo removível de dentro da viatura para o local de registro da ocorrência. Foi estudado previamente sobre a facilidade para o cidadão guardar o código numérico e as formas de acesso ao repositório digital, que agora funciona 24 horas digitalmente e dispensa o comparecimento até o Quartel PM para a retirada de cópia do BOe. De casa, o cidadão – ou quem o represente – poderá acessar a internet, baixar uma via original do BOe e imprimi-la ou não. Além da rapidez no atendimento, deslocamentos serão evitados ao cidadão. Também há a comodidade da retirada da via eletrônica do BOe – inclusive com imagens fotográficas digitais – de qualquer equipamento conectado à internet. Brevemente, toda a população – até os mais idosos – se habituarão a esta inovação tecnológica, similar a um procedimento de compra de produto pela internet. É um mecanismo bem intuitivo, de fácil manejo e atuante de forma contínua onde há cobertura de telefonia celular. Há a segurança de que outras pessoas alheias aos fatos não tenham acesso aos dados privativos de quem é parte interessada no BOe. O policial militar que o elaborou também não tem acesso, excetuada a necessidade de uma correção ou complemento.
O que muda em relação à Polícia Civil?
Houve uma única mudança: a necessidade de manter a equipe policial com o BOe em aberto durante a apresentação da ocorrência na Polícia Civil, especialmente nos casos em que há flagrante delito. Isso porque, uma vez finalizado pelo policial militar encarregado, o BOe vai direto para um repositório seguro e somente o policial que o elaborou poderá fazer aditamento ou alteração.
Onde o BOe funciona?
Somente onde o sinal de telefonia celular permite cobertura, embora tenha plataforma offline que envia o BOe elaborado assim que o policial retornar no alcance daquela cobertura, ou seja, permite elaborar BOe até em área rural e outros locais mais distantes. É importante explicar que o BOe abrange todas os dados que antes eram reportados em formulários de papel e ainda permite assinatura eletrônica e conversão automática de palavras orais em textos digitados, bem como anexar imagens fotográficas digitais correlatas à ocorrência.
Há diversas facilidades.
Estas funções tecnológicas ajudam muito em todas as naturezas de ocorrências, mas principalmente naquelas em que há sinalização de trânsito aérea, de solo, placas e outras; e quando também há necessidade de se apreender algum material correlato aos fatos. Nos casos mais simples de acidentes de trânsito é possível elaborar o BOe nas sedes de todas as unidades da PM, via meio eletrônico, ou então, excepcionalmente, de forma fragmentada – ainda em papel – que juntas comporão o BOe finalizado. Esta opção de se preencher o BOe no papel acompanha todas as telas existentes no terminal móvel de dados e, quando houver sinal de dados, é obrigatório ao policial militar elaborar o BOe na sua via eletrônica. É importante esclarecer que o terminal de dados (tablet) existe no interior de cada viatura operacional e também na sede da Companhia e do Pelotão da PM. No caso de Matão, da 4ª Companhia.
A maior vantagem para a PM é a rapidez.
Sim, bem como a segurança nos dados enviados ao repositório, todos de forma padronizada, não necessitando mais decifrar qualidades ruins de escritas que eventualmente existiram, já que agora todos os dados são transmitidos em texto ou imagem fotográfica digital.
Houve boa aceitação por parte da PM matonense?
Na 4ª Companhia da PM, a aprovação foi de 100% devido à dinâmica, economia de tempo e confiabilidade, bem como no sistema de retirada de cópias por qualquer pessoa.
Toda tecnologia se aprimora. Isso já acontece com o BOe?
Em São Paulo, algumas unidades da PM já utilizam um smartphone que faz a mesma função do tablet, com mobilidade e praticidade maior para o policial militar que elabora, pois requer somente a prática de digitar na tela deste aparelho. Está previsto que este smartphone será entregue individualmente a cada policial militar, igualmente à sua arma e seu colete. Há uma preocupação da PM a ser resolvida quanto à capacidade do repositório e a segurança total do smartphone, referente a invasões e transmissão de vírus, fato que o tablet está isento.
Fonte: Rogério Bordignon
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