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Edinho Silva e assessor são alvos de desdobramento da Lava Jato

Policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão nas duas casas


O prefeito Edinho Silva (PT) - tesoureiro da campanha eleitoral de 2014 e ex-ministro da ex-presidente Dilma Rousseff - e seu assessor na época, Manoel de Araújo Sobrinho, foram alvos de buscas feitas pela Polícia Federal e pela Receita Federal, na manhã desta sexta-feira (09), em Araraquara. O cumprimento de mandados de busca e apreensão são referentes a Operação Capitu, um dos desdobramentos da Operação Lava Jato.  

Policiais estiveram na casa de ambos - em condomínios fechados em Araraquara - e recolheram itens que serão enviados para Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde estão concentradas as investigações da Operação Capitu. Agentes também cumpriram um mandado na Morada do Sol Eventos, empresa de economia mista com ligação com a Prefeitura de Araraquara, mas que tem como presidente Araújo Sobrinho. A Prefeitura não informou se algo foi levado. A PF também não se manifestou. O ACidadeON apurou que foi levado uma HD externo. A Operação Capitu foi criada para investigar suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). 

O prefeito Edinho Silva fez uma transmissão ao vivo em sua página oficial do Facebook para comentar o caso. Disse que, em 2017, depois de longa investigação, as contas da campanha de 2014, da ex-presidente da Dilma foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso porque houve denúncias de dinheiro ilícito. Agora, quatro anos depois desse trabalho como colaborador da campanha eleitoral, segundo o atual prefeito de Araraquara, uma busca e apreensão em sua casa, é uma medida que soa estranha. Além disso, a Operação Capitu trata de esquemas no Ministério da Agricultura, no qual ele não fez parte.

"Os policiais federais saíram sem nenhum papel nas mãos. Foram levados apenas dois celulares, um pessoal e outro da Prefeitura, e um Ipad. Eu respeito a Justiça, respeito a Policia Federal, mas é evidente que esse mandado de busca na minha residência hoje é algo totalmente descabido", informa Edinho ressaltando ter prestado todos os depoimentos que poderia diante do caso. 

Para Edinho, a ação policial, é considerada estranha. "Nem uma folha foi levada. Nada de ilegal existe na minha conduta", disse o prefeito. Para ele, com base na orientação da advogada, o mandado é abusivo. E ainda desnecessário quando estendido a Manoel de Araújo Sobrinho, que atua no governo municipal, e, na época, era colaborador da campanha com um trabalho apenas burocrático. "Espero que o Brasil e as instituições brasileiras possam restabelecer a presunção da inocência e o estado democrático de direito". 

Edinho ainda reforçou que usa o telefone corporativo para atender demandas da Prefeitura e, agora, aguarda que ele seja devolvido o mais breve. O Ipad, de acordo com ele, era utilizado para consultas pessoais e para escrever textos que posta em sua mídia social. "Vou comprar um celular pessoal para continuar o trabalho. Estou com a minha consciência tranquila e grato a confiança que a população de Araraquara tem a mim". Manoel de Araújo Sobrinho ainda não comentou o caso.
 
Operação Capitu  
Além do cumprimento dos mandados de busca e apreensão em Araraquara, a operação tem outros desdobramentos em nível nacional. Até o momento, o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), os ex-executivos da JBS, Joesley Batista e Ricardo Saud e mais nove foram presos.  

Em nota, a PF informa que o objetivo da Operação é combater uma suposta fraude envolvendo doações irregulares por parte de empresa de processamento de proteína animal para diversos políticos e partidos. Segundo as investigações, duas grandes redes varejistas do estado de Minas Gerais, por meio de seus controladores e diretores, participaram diretamente desse esquema. 

Suspeita-se que esta rede, devido ao grande movimento de dinheiro em espécie, utilizou-se deste fluxo para dar ar de licitude a valores doados a partidos e políticos, no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2015. 

Pagamentos indevidos 
O dinheiro era repassado pelas redes varejistas aos partidos e políticos por meio da simulação de recebimento de duplicatas pela grande empresa de processamento de proteína animal e pela transferência financeira a seis escritórios de advocacia por serviços, supostamente não realizados, acobertados por contratos simulados e notas fiscais de tais escritórios. 

Com o desenrolar das investigações foi descoberto ainda um esquema de pagamento de vantagens indevidas a altos dirigentes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) por parte da grande empresa do ramo alimentício, com a produção de legislação e atos normativos que beneficiavam a essa grande empresa. 

Estrutura
Na ação deflagrada nesta sexta-feira (09) participam mais de 100 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal. Estão sendo cumpridos 56 mandados de busca e apreensão e 18 prisões. 

No Estado de São Paulo, estão sendo cumpridas buscas em 14 locais, sendo dez na capital, três em Araraquara e um em Cotia, além de seis mandados de prisão. 

As irregularidades podem configurar diversos crimes, entre eles, constituição e participação em organização criminosa, obstrução de justiça, falsificação de documentos, crime contra a ordem tributária, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. As propinas pagas aos agentes públicos e políticos estão estimadas em mais de R$ 22 milhões. 


Fonte: A Cidade On


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