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Caso de leishmaniose visceral é confirmado em bebê de Matão

Após diagnóstico, menina passou por tratamento em Ribeirão Preto


Uma criança de 9 meses, moradora do Parque das Laranjeiras, foi diagnosticada com leishmaniose visceral, doença grave transmitida pelo mosquito palha. Ela foi contaminada no final de dezembro, mas a doença foi identificada um mês depois. De acordo com a mãe da menina, em entrevista à EPTV, a bebê começou a apresentar febre no dia 29 de dezembro, com 7 meses de vida. Um dia depois, começaram a aparecer manchas em todo o corpo e a febre chegou a mais de 40ºC. A criança foi levada ao Hospital ‘Carlos Fernando Malzoni’, onde foi diagnosticada com alergia bacteriana e medicada com antibiótico.

Após sete dias ministrando o medicamento, sem a febre diminuir, a mãe voltou ao hospital, onde outro médico atendeu a criança e fez exames de hemograma e do líquido da espinha. Os resultados não mostraram a causa dos sintomas e a menina foi internada na UTI, onde passou por mais testes, desta vez para identificar dengue e chikungunya, cujos resultados também deram negativo.

Segundo a mãe, a bebê piorava a cada dia. Os médicos suspeitaram de leucemia e a encaminharam ao HC Criança de Ribeirão Preto, onde recebeu transfusões de sangue e foi submetida a outra bateria de exames. “Era um mistério. Em Ribeirão, todos os exames davam negativo e a cada dia que passava, o caso dela era mais grave. Aí chamaram um hematologista que colheu o sangue da medula”, contou a mãe. Em 24 de janeiro, a bebê foi diagnosticada com leishmaniose e síndrome hemofagocítica. Ela precisou ficar entubada e passar por diálise, pois a doença afetou os rins. “Depois que a doença foi descoberta e o medicamento certo foi aplicado, a mudança se deu da noite para o dia”, contou a mãe. A bebê já recebeu alta, mas continua em tratamento.

A leishmaniose visceral é uma doença não contagiosa transmitida pela fêmea do mosquito palha, que adquire o protozoário de cachorros contaminados. A família da criança que contraiu a doença mora nas proximidades de uma mata e tinha o hábito de passear com a bebê somente na rua de casa. A menina esteve próxima de cachorros de familiares, mas exames realizados já comprovaram que estes animais não são portadores da doença. “Até agora, a gente ainda não entendeu como isso aconteceu”, disse a mãe, que tem outra filha de 3 anos.

PROVIDÊNCIAS

De acordo com o secretário de Saúde de Matão, João Guimarães Junqueira Neto, nunca um mosquito palha foi capturado na cidade. A partir do final dessa semana, a Vigilância Sanitária irá instalar armadilhas para monitorar se agora há a presença do mosquito no município. Também foi realizado um bloqueio com inseticida no Parque das Laranjeiras I, mesma medida para combater o mosquito transmissor da dengue. “Todos os cães das proximidades e do Canil Municipal foram investigados e atestados como negativos para a leishmaniose”, afirmou o secretário.

Mesmo assim, um mutirão deverá ser feito para a realização de mais exames em outros animais. “O diagnóstico foi demorado porque essa é uma doença rara na região. Agora estamos tomando providências, mas a população não precisa se preocupar, pois essa doença não é endêmica e não é transmitida diretamente do animal para o homem, nem de pessoa para pessoa”, ressalta João Guimarães. Ele ainda lembra que as medidas de prevenção contra a dengue também servem para afastar o mosquito palha. A Prefeitura informou que prestará todo o auxílio necessário para a família da menina que contraiu a doença, com o fornecimento de medicamentos e transporte caso haja necessidade de ir a Ribeirão Preto durante o tratamento.

A DOENÇA

A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia e outras manifestações. Se não tratada, pode levar à morte em 90% dos casos. O tratamento está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os medicamentos utilizados atualmente no Brasil não eliminam por completo o parasita nas pessoas e nos cães. No entanto, o homem não tem importância como reservatório da doença. Já nos cães, o tratamento resolve os sintomas clínicos, mas os animais continuam como fonte de infecção quando picados pelo mosquito palha.

Cães também são vítimas

Uma publicação nas redes sociais feita pela ONG Amigos da Molekada, que cuida de animais vulneráveis no município, alerta que os cães são infectados pela leishmaniose da mesma forma que os humanos. “Mordidas, lambidas, arranhões e contato físico não transmitem leishmaniose de cães infectados para humanos. É necessária a picada do mosquito palha para que possa haver a transmissão e transformação para a forma infectante”, diz o comunicado. Os integrantes da ONG ainda dão algumas dicas sobre como prevenir a contaminação do animal:

– Mantenha o animal dentro de casa ao entardecer, coloque telas nas janelas e no canil, espalhe vasos de citronela pelo quintal. Use a coleira Scalibo, Seresto ou Leevre, que é eficaz para repelir o vetor.

– Denuncie o desmatamento de áreas verdes, um dos fatores a contribuir para a proliferação dos mosquitos nas áreas urbanas.

– Execute o programa de controle do mosquito transmissor. Isso inclui a poda de árvores e arbustos, recolhimento das folhas, controle da exposição de matéria orgânica (lixões, aterros sanitários, granjas e terrenos baldios), uso de inseticidas em matas.

– Vacine seu cão contra a enfermidade (Leish-Tec). Devem ser feitas três aplicações, com espaço de 21 dias entre elas. A imunização se dá três semanas após última dose.

 


Fonte: Da Redação


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