Gerson Ribeiro doará selos do 1000º gol de Pelé
Dois serão entregues ao Museu Pelé e ao Memorial do Santos; outro possivelmente ao Museu do Futebol
- Postado por Ingrid Alves |
- quinta, 21 de fevereiro de 2019 | 07:37 hs
Em 2010, Gerson Lara Ribeiro ganhou quatro unidades do selo comemorativo ao 1000º gol de Pelé, do ex-prefeito de Dobrada, Paulo Álvares. Duas já têm destino definido: serão doadas por ele ao ‘Museu Pelé’ e ao ‘Memorial do Santos’, ambas em Santos. Uma terceira será oferecida ao ‘Museu do Futebol’ (Estádio do Pacaembu, em São Paulo) e a quarta ficará para Débora, filha dele e da esposa Sandra Regina Orlando Ribeiro. Nascido em Ibitinga no dia 10 de julho de 1954, Gerson chegou a Matão em março de 1980. Cirurgião dentista e diretor financeiro da Sociedade Recreativa Matonense (Sorema), ele foi entrevistado por A Comarca.
O 1.000º gol de Pelé foi marcado quando o ‘Rei’ converteu pênalti cobrado no goleiro Andrada, no dia 19 de novembro de 1969, durante a partida Vasco 1x2 Santos num Maracanã com 65.157 pagantes, pelo Torneio ‘Roberto Gomes Pedrosa’ (Robertão). Foi o gol da vitória, dedicado por Pelé às crianças carentes, após buscar e beijar a bola no fundo da rede. Este eterno momento terá seu cinquentenário comemorado no próximo ‘Dia da Bandeira’.
Em que ocasião os selos foram adquiridos?
Tive uma conversa com o Paulo Álvares, ex-prefeito de Dobrada, em meu consultório, acredito que em 2010, ocasião em que pedi os selos a ele. O Paulo, considerando ser eu a pessoa mais indicada para guardá-los, me fez a doação. Ele assistiu, presencialmente, pelo menos três Copas do Mundo: 1962 (Chile), 1966 (Inglaterra) e 1970 (México). No México, em 1970, ele usou selos comemorativos ao 1000º gol de Pelé como pagamento em locais gastronômicos e de entretenimento, já que ele tinha uns 50 ou mais destes selos, adquiridos nos Correios por preços comuns a selos que mediam 4x6 centímetros.
Como surgiu a decisão de fazer as doações?
Em 2017, entrei em contato com o ‘Memorial do Santos’ e com o ‘Museu Pelé’, oferecendo os selos. Em setembro de 2018, o ‘Memorial do Santos’ – após novo telefonema meu – aceitou a doação. O ‘Museu Pelé’ me deu o retorno positivo em novembro do ano passado, embora já tivesse manifestado interesse desde o primeiro telefonema.
Uma arte foi criada para destacar melhor os selos.
Isso! O Guilherme Perche, da Grafotech, criou uma arte que ilustra e dá mais destaque para o selo, que tem o tamanho de 4x6 centímetros. Ele fez uma arte de muito bom gosto, que foi emoldurada. Levarei ao ‘Museu Pelé’ e ao ‘Memorial do Santos’ neste ou no próximo final de semana, ocasião em que passarei pelo ‘Museu do Futebol’ para oferecer o terceiro selo. Acredito que aceitarão. Mas há um equívoco neste selo.
Qual?
Neste selo, o Pelé pula vestindo uma camiseta do Brasil. Ora! Ele marcou o gol jogando pelo Santos.
O senhor viu Pelé jogar?
Por sete vezes, nas quais marcou cinco gols. O primeiro jogo que assisti foi no Estádio ‘Francisco de Palma Travassos’, em Ribeirão Preto, no dia 10 de outubro de 1965: Comercial 0x2 Santos, com Pelé abrindo o placar, convertendo pênalti diante de mais de 15 mil pessoas que lotaram as arquibancadas. Eu tinha 11 anos de idade.
O que é Pelé?
Olha, não vou reproduzir aqui o que está em textos, áudios e vídeos sobre o Pelé. Não comentarei que ele e o Santos suspenderam guerra na África, que marcou quase um gol por partida nos seus mais de 1.300 jogos, que tornou real coisas impossíveis, enfim, tantas coisas que estão por aí. Com simplicidade, Pelé se tornou místico. Tive um boneco de borracha dele que vinha na Cesta de Natal da Columbus ou da Amaral, em 1958, quando eu tinha quatro anos de idade. Tinha um bonequinho de borracha dele no presépio montado por minha saudosa avó Maria. Estava lá, perto do Menino Jesus Cristo. Tem um bom resumo do que foi Pelé: naquele primeiro jogo que assisti, meu pai me segurava à sua frente, numa das escadas de acesso à arquibancada do ‘Palma Travassos’. O que era para mim um senhor de 35, 40 anos, me perguntou: “Menino! Quem é o Pelé?” Apontei o número 10. Então, vejam: aquele senhor não estava ali por ser santista, tampouco pelo Comercial. Ele queria saber quem era o Pelé!
Fonte: Rogério Bordignon
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