Greening cresce e atinge 19% das produções de laranja
Matão, Brotas e Porto Ferreira aparecem entre as regiões com maior incidência da doença
- Postado por Ingrid Alves |
- quinta, 01 de agosto de 2019 | 10:36 hs
Pelo segundo ano consecutivo, a incidência do greening voltou a subir no cinturão citrícola de São Paulo e triângulo sudoeste mineiro. O aumento foi de 4,8% de 2018 pra 2019, segundo o Fundo de Defesa para a Citricultura (Fundecitrus). Atualmente, mais de 37 milhões de árvores estão com sintomas da doença - 19% de toda cultura. O aumento persiste após três anos de quedas, em 2015, 2016 e 2017.
A doença tem maior incidência na região de Brotas, Limeira, Duardina, Porto Ferreira e Matão. O triângulo sudoeste mineiro é o que menos sofre com o greening - 0,31%. Segundo o engenheiro agrônomo Ivaldo Sala, as condições climáticas destas regiões, com o tempo mais quente e úmido, contribuem para a proliferação da doença.
"Isso ocorre em função do perfil das propriedades, das condições favoráveis para esse psilídeo [transmissor do greening] e também o perfil das propriedades, por serem pequenos produtores. A gente viu que o efeito de borda do greening é mais importante nas pequenas propriedades, pela porção de borda ser maior", destaca Ivaldo.
Embora com maior incidência, as regiões de Matão, Brotas e Porto Ferreira também são as que mais combateram a doença nos últimos três anos. A redução na região de Matão foi de 6%, em Brotas 5% e em Porto Ferreira 3%.
O greening é considerado a pior doença da citricultura e provoca queda significativa na produção. A doença não tem cura e para vencê-la é necessária a participação de todos os produtores.
"É importante que os citricultores se unam e olhem para fora da porteira, para substituição das plantas hospedeiras da doença. Isso facilita o manejo interno das propriedades. É necessário que o produtor se junte com seu vizinho, faça parceria e ai evolua no controle", acredita Ivaldo.
Mais doenças
Outras duas doenças comuns na citricultura também tiveram aumento de um ano para outro, de acordo com o levantamento do Fundecitrus. O cancro cítrico, que pode provocar perdas de até um terço da produção, registrou aumento de 28% e atinge 29 milhões de plantas
A região de Matão é a terceira do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Sudoeste Mineiro com maior incidência da doença - 29%. Seguida de Bebedouro com 24%.
Já a CVC, conhecida como "amarelinho", teve um pequeno aumento, de 1,3% para 1,7%. No entanto, o crescimento não é levado em conta pelos pesquisadores, especialmente por conta da redução drástica da doença nos últimos 10 anos. Em 2009, a CVC atingia 42% da cultura.
Árvores com a doença têm frutos pequenos, duros e que amadurecem precocemente. Hoje, 3,3 milhões das plantas apresentam sintomas da doença. Ivaldo sala explica que todas as doenças podem ser controladas e que é possível conciliar o uso de agrotóxicos sem afetar o meio ambiente.
Fonte: A Cidade On
Comentários