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Pesquisa da Unesp descobre molécula com potencial para tratar a tuberculose

Segundo os pesquisadores de Araraquara (SP), nos testes com ratos todos os animais tratados com a substância foram curados.

Fernando Rogério Pavan e Jean Leandro dos Santos, da Unesp de Araraquara, autores da pesquisa
Foto: Reprodução/EPTV

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unesp de Araraquara (SP) desenvolveram um nova molécula com alto potencial para o tratamento da tuberculose.

Desde 2012, mais de 5 mil moléculas foram testadas, mas apenas 50 passaram para testes avançados e uma delas, a benzofuroxano 8 (BZ 8) apresentou resultados surpreendentes.

A etapa final dos testes foi feita nos Estados Unidos com camundongos infectados por diversos tipos de bactérias da tuberculose. Após o tratamento com a BZ 8, a doença desapareceu, segundo o professor Fernando Rogério Pavan, um dos responsáveis pela pesquisa.

“Essa molécula eliminou por completo a infecção pulmonar que os camundongos tinham, nenhum outro fármaco conhecido conseguiu fazer isso”, afirmou.

O resultado foi publicado, no final do ano passado, na revista Journal of Medicinal Chemistry, uma das mais conceituadas da área.

 

Testes em humanos

Agora, para avançar nas pesquisas, os cientistas precisam fazer testes em humanos. “Eu acredito que essa substância pode ser uma esperança para o tratamento da tuberculose, mas testes adicionais são necessários para a gente validar a eficiência em seres humanos”, disse o professor Jean Leandro dos Santos, um dos autores da pesquisa.

Os pesquisadores também buscam parcerias para a colocação do medicamento no mercado. “A gente tem buscado parcerias de laboratórios nacionais e multinacionais para acelerar o processo de desenvolvimento dessa substância”, explicou Santos.

O trabalho já caiu no radar da Working Group On New TB Drugs, uma organização não governamental que tem por objetivo acelerar a descoberta e desenvolvimento de novos tratamentos para tuberculose. A BZ 8 foi introduzida dentro de um portfólio das principais moléculas em desenvolvimento no mundo todo, sendo o único estudo brasileiro a fazer parte dessa lista.

 

Doença que mais mata

A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,6 milhão de pessoas morreram em decorrência dos seus efeitos em 2016.

Atualmente o tratamento é baseado em antibióticos, mas algumas bactérias já se tornaram resistentes aos medicamentos utilizados.

“Devido a vários fatores como uso exacerbado ou mau uso dos antibióticos, as bactérias se tornaram mais resistentes. A tuberculose é um problema grave porque o tratamento dela usa quatro antibióticos e vai de, no mínimo seis meses a dois anos ou mais, isso quando o paciente consegue responder e sobreviver essa terapia”, explicou Pavan.

O último fármaco descoberto para o tratamento da doença aconteceu há mais de 50 anos.


Fonte: G1


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