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Prefeitura cogita aproveitar obras do CEC para Museu da Indústria

Intenção prioritária é obter recursos para a implantação; contrato com construtora foi rescindido

O que seria o CEC, em junho de 2015. Obra paralisada é composta por seis blocos distintos numa mesma área
Foto: Rogério Bordignon

Através do Comunicado nº 26/2018, publicado na edição nº 4.918 de A Comarca (último dia 9), o prefeito Edinardo Esquetini, com base nos termos dos Artigos 78, 79 e 80 da Lei nº 8.666/1993, oficializou a rescisão unilateral do contrato nº 2/2010 (14 de maio de 2010), levada a efeito do Processo Licitatório nº 43/2010.

O objeto é a ‘contratação de empresa especializada para construção do Centro de Educação Complementar (CEC), com fornecimento de material, mão de obra, máquinas e equipamentos’, sendo este assinado com a empresa Construtora Cusinato no dia 13 de julho de 2010. Assim, A Comarca buscou informações com a Prefeitura para saber o que acontecerá com a obra paralisada do CEC.

HISTÓRICO

No dia 21 de julho de 2010, a Cusinato iniciou as obras do CEC, cuja Ordem de Serviço foi assinada pelo ex-prefeito Adauto Scardoelli no dia anterior. Com recursos próprios da Prefeitura, a obra seguiu até junho de 2012 de forma paulatina mediante cronograma financeiro definido pelo município, que se tornou mais lento devido a menor liberação de recursos de julho a dezembro de 2012.

Com a administração do ex-prefeito Chico Dumont, a partir de janeiro de 2013, a obra do CEC foi realizada com recursos mínimos, sendo paralisadas em novembro de 2013, quando foi concluída a construção de um muro de arrimo ao fundo de quatro casas, para evitar possível desmoronamento que traria graves consequências para as famílias ali residentes.

A obra paralisada do CEC é composta por seis blocos distintos numa mesma área. Os Blocos números 1, 2 e 3 são compostos de oito salas com aproximadamente 150 m² cada uma mais um conjunto de salas menores. Todas as salas estão distribuídas em dois pavimentos, que também incluem sanitários masculino e feminino nos pavimentos térreo e superior, com a devida acessibilidade em ambos.

Os Blocos 4 e 5 são os que compõem o Teatro de Arena. Visualmente pode-se constatar a estrutura metálica e uma arquibancada de concreto armado, que são os elementos do Teatro de Arena. O Bloco 6 receberia um Teatro para 513 lugares. Neste Bloco foram feitos parte da sua fundação, muro de concreto lateral e estrutura com colunas e a laje piso para o palco.

No momento da paralisação da obra, os Blocos 1, 2, 3, 4 e 5 estavam em fase de conclusão. Toda a parte estrutural estava pronta, assim como a alvenaria. As partes de hidráulica e elétrica, já tubuladas, aguardavam instalações finais. Os fechamentos das salas dos dois pavimentos seriam em vidro. Faltava a colocação da cobertura na estrutura já feita, do piso e a pintura.

Em novembro de 2013, considerando a parte dos Blocos 1, 2, 3, 4 e 5, cerca de 70% da obra estava concluída. Em matéria publicada por A Comarca em junho de 2015, o proprietário da construtora, Ricardo Cusinato, considerou que era possível a Prefeitura concluir o que estava estruturalmente pronto, por inteligência, racionalidade e valorização dos recursos públicos.

“Com pequeno investimento relativo a 30% do valor da obra, o uso público das salas e do Teatro de Arena já seria viabilizado e disponibilizado aos setores de Educação e Cultura do município e até para outras finalidades. Seria possível a Prefeitura concluir estes cinco blocos antes de retomar a parte do Bloco 6, que seria o do futuro Teatro para 513 lugares”, comentou Ricardo, em junho de 2015. Por óbvio, a paralisação da obra causou deteriorização e perda de recursos públicos.

INTENÇÃO

Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Hudson Martins, a Prefeitura tem a intenção de conduzir um projeto que mantenha algumas das atividades previstas originalmente pelo CEC, mas que se priorize como Museu da Indústria. “Pelo que temos conhecimento, seria o primeiro deste gênero entre municípios do interior do Brasil”, diz Hudson.

“Trata-se de grande oportunidade para que possamos fazer daquele local um ambiente que possa homenagear empresas matonenses, pilares de nossa sustentação econômica. A obra inacabada incomoda, cria problemas e deteriora. Nossa intenção é captar recursos através da legislação de incentivo fiscal destinada à cultura e ao patrimônio histórico, almejando o encontro destas verbas também com empresas que poderiam ter mais espaços na história de Matão”, coloca o secretário.

O secretário afirma que a intenção da Prefeitura é fazer com que alunos de escolas locais e da região tenham contato com a história industrial de Matão, obtendo conhecimento extracurricular. “Além do possível Museu da Indústria, poderemos usar o Teatro de Arena praticamente pronto e o futuro Teatro com capacidade para mais de 500 lugares, a ser construído para atividades de variadas naturezas”, considera.

“O local também pode ser utilizado como sede da Regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp-Matão), acreditando ser possível ter tanto Ciesp como a Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) como anfitriões daquele local, que hoje é somente uma obra inacabada, representando desperdício de dinheiro público. Para isso, elaboraremos um projeto viável que integre e permita a captação de recursos o quanto antes”, salienta Hudson.


Fonte: Rogério Bordignon


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