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Recital encerrou Oficina de Canto Coletivo realizada pelo Coro e Osso

Apresentação aconteceu na Casa da Cultura, em duas sessões, no domingo (14)

Recital. Apresentação foi dividida em duas sessões, sendo a primeira exclusiva aos participantes da oficina e a segunda aberta ao público
Foto: Divulgação

O Grupo Vocal Coro e Osso realizou no domingo (14), na Casa da Cultura ‘Prefeito Armando Bambozzi’, o Recital de Encerramento da Oficina de Canto Coletivo realizada pelo coral. A apresentação musical foi dividida em duas sessões, sendo a primeira exclusiva aos participantes da oficina e a segunda aberta e gratuita ao público.

“O recital foi estruturado em três períodos. No primeiro, o Coro e Osso apresentou algumas canções brasileiras; em seguida, os alunos mostraram o repertório desenvolvido na oficina e, no final, todos cantamos juntos”, explica o maestro Luiz Piquera. “A escolha do repertório foi direcionada para músicas com diferentes estruturas polifônicas (uma, duas, três e quatro vozes) e também de diferentes culturas”, acrescenta o regente.

A Oficina de Canto Coletivo aconteceu nos dias 16 e 23 de março e 6 e 13 de abril, no Instituto Matonense Municipal de Ensino Superior (Immes). O projeto foi contemplado no Edital Cultural nº 4/2023, da Lei Paulo Gustavo, promovido pelo Ministério da Cultura do Governo Federal e disponibilizado pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura.

Ao longo de sua história, o Coro e Osso desenvolveu diversas frentes de atuações: parcerias com outros artistas e corais, gravações em diferentes projetos, pesquisas em múltiplas áreas, oficinas, cursos, espetáculos, entre outras. “Ao propormos essa oficina ao público, buscamos compartilhar um pouco do que temos aprendido em nossa jornada sobre alguns possíveis cantares que a experiência humana tem desenvolvido”, explica Piquera.

O maestro diz ainda que – durante a oficina – foi ensinado o estímulo às percepções rítmicas, melódicas e harmônicas; a estrutura dos arranjos polifônicos; a ampliação da consciência corporal, o entendimento do corpo como instrumento, entre vários outros elementos técnicos. “Tudo isso foi vivenciado na prática, interagindo com os cantores do Coro e Osso, além de reflexões e exemplos das diversas expressões dos cantos coletivos”, ressalta.

“Durante a oficina, os alunos aprenderam uma ciranda em cânone, três canções brasileiras, uma música do povo indígena Parecis e uma canção sul-africana no idioma Zulu Dowry”, acrescenta Piquera. O projeto previa 40 vagas, porém, como a procura pelas inscrições foi maior, o Coro e Osso optou por atender a todos os inscritos na Oficina de Canto Coletivo.

 

Oficineiros relatam suas experiências 

 

A psicanalista Naeli Castro e o professor Alexandre Pompeo participaram da Oficina de Canto Coletivo realizada pelo Grupo Vocal Coro e Osso e do Recital de Encerramento. A seguir, eles comentam sobre a importância do aprendizado obtido e sobre a experiência da apresentação ao público.

“A oficina me proporcionou um contato intenso com aquilo que é parte da expressão humana: cantar e musicalizar como uma forma de equacionar as questões que me ocorrem e a minha relação com o mundo. E essa proposta de canto coletivo também trouxe o sentimento de pertencimento, somando as nossas peculiaridades. Então, esse espaço de expressão é uma via muito interessante e divertida de promover a saúde de forma integral. Para mim, que atuo na área da saúde, o canto coletivo traz de forma prioritária estes benefícios: o bem-estar integral e a prevenção em saúde mental”, diz Naeli. “O maior aprendizado – além do lado técnico muito bem articulado pelo mestre Luiz Piquera e pelos monitores, muito didáticos – se dá também no campo social: um convite para estar com o outro de forma bastante humanizada, respeitando e valorizando a importância de nossas diferenças”, continua. “O recital foi uma experiência fantástica porque novamente tem correlação com o caminhar da vida. Estávamos ali ensaiados, mas no palco tudo poderia acontecer; e, no fim, se trata de buscar apoio ao que tínhamos já estruturado, mas também dar abertura ao novo, ao diálogo com o público, aberto para essa interação. Curiosamente, as músicas traziam este mote: dançar a vida, respeitar a história das pessoas e dos povos e experimentar culturas e pensamentos distintos”, encerra a psicanalista.

“Ter a oportunidade de cantar com o Coro e Osso foi o que me motivou a participar da oficina. Tive uma satisfação enorme em estar naquele lugar com minha irmã e minha esposa, que também amam música, além dos vários amigos com os quais partilhei sorrisos e experiências. Fui agraciado com sensações e percepções muito importantes”, afirma Alexandre. “É difícil revelar um aprendizado que seja mais relevante, pois o maestro Luiz Piquera é um músico extremamente competente, didático, e nos entregou vários saberes. Ele aproveitou esse mote do canto coletivo não só para construir um belo espetáculo, mas para nos levar além da música, ministrando verdadeiras aulas de sociologia, antropologia, técnicas vocais e musicais. Ele está, definitivamente, no lugar certo e fazendo a coisa certa”, ressalta. “Já participei de outros corais, como na época em que estive na universidade, com o coral da Unesp, e o repertório era claramente mais voltado para a música clássica europeia. Mas a experiência de estar no coral da sua cidade, investindo no aprendizado de canções da música brasileira e de povos originários do seu país, é algo indescritível, pois nos dá o sentimento de pertencimento a cada nota tocada ou cantada. Enfim, a participação nesse recital é algo que levarei com muito carinho e profunda gratidão ao Coro e Osso”, conclui o professor.


Fonte: Natali Galvão - free lancer


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