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Queima de fogos de artifício traz graves consequências a animais

Vários se feriram ou fugiram de casa por medo das explosões

Bull Terrier de cinco anos feriu as patas ao tentar escapar
Foto: Arquivo Pessoal

A festa de réveillon é motivo de alegria e confraternização entre a maioria das pessoas, mas se torna um momento de desespero para os animais devido às explosões de fogos de artifício. Os seres humanos têm capacidade de enxergar uma gradiente de cores muito mais complexa, mas a percepção auditiva dos cães é quatro vezes mais apurada. Isso faz com que os fogos os incomodem muito, provocando fobias e até ataques de pânico.

Algumas consequências são graves. Muitos animais fogem apavorados, se machucam ou acabam atropelados. Outros, quando presos ou amarrados, se enforcam na própria coleira com o objetivo de fugir e se esconder. As patas ficam em carne viva e sangram na tentativa de abrir a porta para fugir. Outros casos mais graves são de animais cardiopatas que não aguentam os momentos de terror e morrem devido à grande descarga de adrenalina liberada pelo corpo devido ao medo dos fogos de artifício.

 

CASOS

O veterinário Paulo Henrique de Barros (Lilico) teve sua noite de réveillon interrompida por uma família desesperada, cujo cão – com histórico de crises epiléticas controladas há aproximadamente três meses – começou a convulsionar depois dos fogos de artifício. “Eram três e meia da manhã e ele ainda não tinha melhorado. Precisei ir ao local para tratar o cachorro”, relatou Lilico.

A festa de ano novo terminou em um grande susto para o empresário Roger Jardim. “Cheguei em casa por volta de 1 hora da manhã e encontrei uma porta ensanguentada. Minha cachorra, da raça Bull Terrier, de 5 anos, estava com as patas todas machucadas porque tentou abrir a porta com medo dos rojões. No primeiro momento, pensei que ela estava morta; agora estamos tratando dela, mas dá para perceber que ainda está apavorada”, conta Jardim.

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Marcos Nascimento, não houve nenhum problema no Canil Municipal. “Um funcionário passou a virada do ano no local e disse que a noite foi tranquila, até porque o canil fica numa área mais afastada e não se ouve tanto os fogos. Neste ano, a Prefeitura suspendeu a queima justamente para não incomodar animais, idosos e crianças”, explicou.

Mas um fato chamou a atenção do Departamento de Meio Ambiente: “Percebemos um aumento considerável de animais pelas ruas. Alguns deles estavam bem cuidados e desnorteados. Acreditamos que tenham fugido por medo. Três destes animais estavam com as patas feridas, pois provavelmente se machucaram ao tentar abrir a porta ou portão”, concluiu Marcos.

 

O QUE FAZER?

O réveillon já passou, mas o ano está só começando e teremos datas comemorativas em que as pessoas insistem em soltar fogos de artifício, como nas festas juninas e nos campeonatos de futebol – prinicipalmente na Copa do Mundo. Para amenizar o estresse dos animais de estimação, o veterinário Pedro Gabriel D’Avassi deu as seguintes recomendações:

“Tranque bem a casa para evitar fugas e deixe o animal em um cômodo seguro, longe de vidros e materiais perfuro cortantes. Ajuda muito ligar a televisão ou alguma música para tirar o foco das explosões. Os animais se sentem seguros com o dono por perto, mas na hora de um estouro, evite pegar no colo, caso ele não tenha ‘pedido’. O animal pode associar o afago com o barulho e, sem querer, pode arranhar ou morder. É o instinto”, explicou Pedro.

Existem alguns medicamentos que podem ser utilizados para amenizar o pânico dos animais, mas só um médico veterinário pode indicar qual é o correto. “Existem vários tipos de remédios, mas a indicação e a dose variam de animal para animal. Às vezes é necessário um tratamento para que os resultados sejam positivos. Em hipótese alguma o dono deve medicar seu cão por conta própria. E vale lembrar: o medicamento não irá tirar o medo dos animais aos fogos de artifício, portanto, outras recomendações devem ser feitas”, finaliza Pedro.

 


Fonte: Carol Salvini


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